CIDADES 2018-2019

Concurso Sumário Objetivos Equipa de Investigação Resultados

É um lugar-comum, entre a comunidade científica, defender que uma investigação comparativa de larga escala sobre as pequenas cidades está votada a um êxito relativo – quando não ao fracasso – por impossibilidade de uma definição consensual do objeto de estudo (cf. infra Historiografia da questão).

Apesar disso, abalançamo-nos a submeter uma proposta sobre este tema, visando estabelecer paralelos num horizonte cronológico e territorial extenso, ainda que, obviamente, concretizando a análise em pontos de observação selecionados.

Esta aposta em contra corrente sustenta-se na seguinte premissa: a abordagem das «pequenas cidades» não tem de basear-se numa definição prévia que anteceda a pesquisa, antes deve partir da conjugação de categorias de indicadores de centralidade que, em diferentes lugares e tempos, sejam comparáveis.

A adoção deste princípio transfere para a metodologia a utilizar o garante da coerência e a hipótese da comparabilidade, eliminando a tirania dos critérios da extensão física e do peso demográfico de um núcleo urbano. Claro que tais fatores, ainda que matizados, continuam vigentes, dado serem excluídas, à partida, as cidades consideradas grandes, à luz da sua época e inserção geopolítica (casos de Lisboa ou Madrid, por exemplo).

Será assim pela identificação do alcance de fluxos de atração integrados em grandes categorias (como a política, economia, religião e cultura entre outras) que a centralidade se irá revelar. E, a partir desses vínculos, poderá apreender-se uma coesão territorial avant la lettre, tanto pela implementação de uma estratégia política de construção do território, quanto por iniciativas comunitárias mais informais.

Tratando-se de um projeto exploratório, não se procura a abordagem exaustiva de um território definido mas a multiplicidade cronológica e espacial de pontos de observação. Assim, analisam-se núcleos urbanos situados em Portugal, Espanha, França e em territórios americanos que, durante a Época Moderna, foram colónias destes países, como o Brasil, Antilhas, Colômbia, Argentina. A constituição de uma equipa multidisciplinar, integrada por historiadores e historiadores de arte – desde especialistas sobre o período islâmico à época contemporânea – bem como por arquitetos, urbanistas e geógrafos corresponde a uma garantia epistemológica e metodológica de exequibilidade do projeto.